
Os sonhos têm a sua própria geografia. Um mapa de locais onde, por vezes, já se viajou na figuração nocturna. Portas, ruas, corredores. Penetras nele e sabes que ali existe uma janela ou um jardim, que intuis que te conduza a uma rua ou uma escada, porque já lá estiveste noutro sonho. De uma subconsciencia a outra estende-se um espaço comum, uma paisagem modelo. Duas noites diferentes, por vezes mesmo separadas por vários anos, estão unidas. Como se tivesses tirado duas vezes o mesmo livro da biblioteca de sonhos. Esse mistério!
Uma das características dessa topografia onírica do sonho é a relatividade nas distâncias. Quiçá isso também explique a indiferença no tempo, essa susceptibilidade do mais profundo da nossa mente. No sonho há lugares que ora estão longe ora estão perto. As medidas alternam-se, como se elas não fossem representativas. Porque o decisivo não são as dimensões, mas o sistema de significados.
Carlos Garrido. Duermes y me olvidas. Editorial Crítica, 2005.
Fresquinha,
ResponderEliminarSó rapidamente, en passant, passei pelos items do link de Carlos Garrido!
Parece um personagem rico, interessante!
Merece )1?) uma 2ª segunda visita mais demorada, apesar de ter procurado poesia e não ter visto!!
:))
Livros, textos aceito, sem diálogo não são o meu forte!
ResponderEliminarO homem não é poeta !!!
ResponderEliminarLivros sem diálogo ????