quinta-feira, maio 14, 2009

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Hilda Mahler disse...

Réstia de vontade

Olho-me ao espelho e, sem jeito,
ajeito a imagem,
de outrora a miragem,
que ele não me devolve.

Agarro-me ao tempo que, em desalento,
me foge e consome.
Em vão me arrebata, numa réstia
de esperança em moléstia,
da vontade que se some,
num alpendre de cogitações fúteis,
de inúteis.

Pela dor, não purgada,
agarro-me à força roubada,
a outras reminiscências,
afasto mais uma espada,
desorientada,
que em ameaça,
emerge de um todo que é nada.

Ah!... Almejo o intangível e ainda assim tão real…
Não há caminho para a minha cegueira,
que sendo tal,
mareja por anseios de perder-se em luz virtual.