O maboque, Strychnos spinosa, Lam, da família das Strychnaceae, é um fruto do sul de África.
Este fruto é da zona de planaltos e aguenta geadas ligeiras, daí pensar que se vai adaptar bem por cá.Em África é utilizado como alimento, medicinal, e a madeira na carpintaria, as sementes é que não devem ser ingeridas.
Uma curiosidade deste fruto é o facto de ele ser utilizado para a construção do instrumento musical chamado marimba.
Outra referência a este fruto, é feita na canção de Fausto, musicando um poema de Viriato da Cruz, O Namoro
...Sua pele macia era sumaúma
sua pele macia, da cor do jambo, cheirando a rosas
sua pele macia guardava doçuras do corpo rijo
tão rijo e tão doce como o maboque...
Maboque é o nome dado ao fruto em Angola, em Moçambique chama-se massala.
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O maboque é «do tamanho e cor de uma laranja; pericarpo ósseo; polpa abundante, agradável ao paladar», além de ser «bastante odorífico» e de possuir «uma casca dura, só quebrável com uma pancada.» (s.d., p. 154). Além, pois, dos sentidos aguçados ao confrontar o poema com a aparência da fruta, RAGUSA atenta para «as formas arredondadas, comparada popularmente aos seios da mulher na expressão »seios de maboque».» (1998) Logo, o maboque é uma fruta que diz tudo sem revelar quase nada, assim como o poema, enxuto, sem excessos, sugestivo. (Ribas)
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Além de fruto, de alguma forma não muito conhecido, serve frequentemente para a construção de Maracas. Depois de seco, adiciona-se um pequeno "cabo", fazem-se uns pequenos orifícios e no seu interior colocam-se sementes secas ou, mais recentemente, missangas... (Amílcar Soares)
Há muitas histórias giras sobre a massala, a melhor para mim é a das migrações pela estrada do maná como único alimento. De facto, há uma enorme (longa) estrada a oriente de África na direcção n-s cheia de massaleiras e que pode ter constituído o maná vindo dos céus. Na realidade trata-se de uma longa rota dos elefantes que se alimentavam das massalas e aqui surge a parte curiosa da história: é dificílimo plantar uma massaleira, pois esta requer condições de humidade, calor e não sei que mais que são condições que só o elefante pode dar. Quando defeca, os caroços da massala vão envolvidos no ambiente quente e húmido requeridos para fazer desabrochar a massaleira, criando-se assim um ciclo contínuo: a massaleira alimenta os elefantes e estes
são únicos que fazem nascer massaleiras. O maná seria o fruto dos céus oferecido pelos deuses, único alimento nessa rota de emigração.
(Luiz Correia de Matos, meu pai)
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