Michel Serrault, este palhaço estranho e único, senhor de uma profundidade pouco comum, quando aparecia, era o acontecimento, que destabilizava os jornalistas e os animadores duma forma muito saborosa. Notável em "La Cage aux Folles" (1978), excelente em "Garde à vue" (1981) de Claude Miller e também em "Nelly et Monsieur Arnaud (1995), de Claude Sautet. Um mestre do cinema moderno que nos deixa no mesmo dia que Ingmar Bergman. Michelangelo Antonioni é cinema estético, de estilo deliberadamente lento. Essa lentidão permitia-nos entrar nas suas histórias e chegar a uma verdadeira imersão. Imersão essencial para se gostar de Antonioni.
Quem não se lembra de "Blow-Up", (1966) ?
2. Persona (1966)
Quem não se lembra de "Blow-Up", (1966) ?
Ingmar Bergman morreu aos 89 anos, em paz, na ilha de Faarö, no Mar Báltico. Um dos maiores génios do cinema moderno, de uma sensibilidade e de uma força extraordinários. O cineasta da alma que sabia ir ao mais profundo de nós mesmos. Destaco:
1. Le Silence (1963)2. Persona (1966)
3. La honte (1968). Liv Ullmann conta um sonho: "J'ai fait un rêve. Je parcourais une rue très jolie. D'un côté, il y avait une maison blanche, avec des colonnes. De l'autre, un parc ombragé. Et sous les arbres bordant la rue, coulait une source vert sombre. Puis j'atteignais un haut mur, tout recouvert de roses. Alors un avion a incendié les rosiers. Ce n'était pas terrible parce que c'était beau. Je regardais se refléter dans l'eau les roses qui brûlaient. Je tenais un bébé dans les bras. C'était notre fille. Elle s'agrippait à moi ... Je sentais ses lèvres sur ma joue. Et tous ce temps je songeais que je devais me rappeler quelque chose ... mais j'ai oublié quoi."
E aí, Liv Ullmann acabava de pronunciar as suas últimas palavras e fecha os olhos. E a escuridão aparece.
O filme pára, a sala ilumina-se, os espectadores permanecem sentados, silenciosos e assomados. Era o efeito Bergman: levar-nos à deriva numa história, e no fim, entregar-nos à realidade crua, face às nossas pequenas cobardias quotidianas.
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