quarta-feira, outubro 10, 2007

o não-tinónim

Como podem ver no C-Box, o INEM esclarece:
É do nosso conhecimento que inúmeros blogues publicaram um texto semelhante ao seu, recebeu o INEM inúmeros pedidos em se reencaminhava o mesmo e-mail que nos enviou, questionando a veracidade do mesmo (o que nos levou a colocar um texto no site http://www.inem.pt/) e inclusive, diversos meios de comunicação social fizeram notícia da sigla ICE.

No que se refere à reacção da leitora do seu blogue (“Xara”), atenção que não se pede que a sigla não seja incluída no telemóvel, apenas queremos alertar para o facto de não se tratar de uma iniciativa do INEM, como tem vindo a ser divulgado, pois não é nossa função contactar familiares de vítimas.

Quando o INEM tem de assistir alguém, raramente surge a necessidade, em benefício da vítima, de avisar um familiar ou amigo. Avisar do quê: que teve um acidente? Que está mal? Como é fácil de imaginar, quando estamos a assistir a vítima, as equipas de emergência médica pré-hospitalar têm muitas preocupações: o estado da vítima, os procedimentos técnicos a tomar, o encaminhamento do doente para o local certo de tratamento, entre muitas outras questões.

Por outro lado, e dando o exemplo de um acidente de viação, muitas vezes não temos sequer acesso nem sabemos onde está o telemóvel da vítima (apesar de às vezes esse acesso ser possível). E no caso de várias vítimas, com os telemóveis espalhados por todo o lado: qual será de quem? E ainda, muitas vezes as vítimas não têm sequer identificação. Claro que usando a sigla ICE, em princípio a pessoa que receber a chamada saberá de quem é o telemóvel e poderá saber dar a identificação do dono, mas isso para a emergência médica pré-hospitalar não seria de todo prioritário.

É por isso que, como explicado, a tarefa de avisar os familiares – depois de devidamente e inequivocamente identificada a identidade das vítimas – é feita já nas unidades de saúde, onde outros profissionais que não os médicos, enfermeiros ou técnicos de emergência médica do INEM, têm disponibilidade e condições para cumprir essa mesma tarefa. Trabalhar na rua, com a vítima a depender da nossa actuação, com meios humanos obviamente mais escassos do que aqueles que existem nos hospitais (onde têm funcionários que também têm precisamente a missão de avisar as famílias), não traz qualquer benefício fundamental para a vítima, essa sim a motivação das equipas INEM. Como explicado, essa tarefa cabe aos Hospitais ou às autoridades policiais.

Por fim, já vimos de tudo: ECE, ICE, SOS, CCE, prova de que estas siglas não estão harmonizadas, nem padronizadas. Ou seja, é uma ideia aparentemente “simpática”, mas sem consequências práticas e úteis para as eventuais vítimas de acidente ou doença súbita. Assim sendo, é inconsequente.

Por isso é que a utilização do nome do INEM nesse texto que circula na Internet é abusiva. Se a necessidade de – ainda na “rua”, pois recordo que a missão do INEM é pré-hospitalar – contactar as famílias das vítimas fosse importante para os operacionais de emergência pré-hospitalar, há muito que teriam sido criados mecanismos nesse sentido.

Esperamos desta forma ter contribuído para uma explicação mais clara, de modo a que possa acolher os nossos argumentos.

Caso surjam novas dúvidas, por favor não hesite em contactar-nos.

Melhores cumprimentos,
Ana F. S. Ros
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Na sequência da publicação do artigo abaixo, e julgando eu estar a prestar um serviço cívico a quem me lê, recebi a seguinte comunicação:

Exma. Senhora “Fresquinha”,

Teve o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) acesso ao texto "ó tinonim" que publicou no seu blog, com o endereço www.afresquinha.blogspot.com

Nesse texto, fala de uma suposta colaboração entre os Bombeiros e o INEM, que terão lançado um pedido para que cada cidadão incluísse na agenda de telemóvel a sigla ICE.
A verdade é que o INEM desconhece este tipo de situação, pois não está padronizado um tipo de actuação para pessoas a contactar em caso de emergência. Essa tarefa cabe, inclusivamente, às autoridades policiais (PSP e GNR) e não aos serviços de emergência médica pré-hospitalar (bombeiros, Cruz Vermelha ou INEM).

Assim sendo, esta iniciativa não partiu do INEM, nem tem o aval desta Instituição.

Chamamos a sua atenção para o destaque que está colocado no site da Internet do INEM (por favor clique no link):

Gabinete de Comunicação e Imagem
Instituto Nacional de Emergência Médica
Rua Almirante Barroso, 36 / 1000-013 Lisboa – Portugal
Tel. + 351 213 508 108 / Fax. + 351 213 508 183
e-mail: ana.ros@inem.pt
Internet: www.inem.pt


Os Bombeiros e o INEM (recebido por e-mail)

... deram-se conta que muitas vezes, nos acidentes rodoviários, os feridos trazem consigo um telemóvel. No entanto, na hora deintervirem, não se sabe a quem contactar da lista interminável de números. Lançam-nos por isso a ideia de que toda a gente acrescente na sua agenda o telefone da pessoa à qual contactar em caso de urgência sob o mesmo nome. O nome internacional é ICE (= In Case of emergency). Com este número inscreveremos a pessoa com a qual deverão contactar os Bombeiros, Polícias, INEM, Protecção Civil ...Quando houver várias opções poderemos assinalá-las como ICE-pai, ICE-mae, ICE-etc. É simples, não custa nada e pode ajudar-nos muito!

Se vos parece uma boa ideia, passem esta mensagem ao maior número de pessoas. http://en.wikipedia.org/wiki/In_case_of_emergency

4 comentários:

Nani disse...

Parece-me uma excelente ideia!!! ;)

Fresquinha disse...

Pois ..era bom demais para ser verdade, Nani !

Anónimo disse...

Fresquinha,
O que começou por ser por em prática (ou continuar) uma boa ideia, já em utlização há algum tempo, passou por parte do INEM a uma longa e mais que explicativa prosa para explicar o inexplicável, dizem tudo o seu contrário, levantam muros onde os deviam tirar.
Se não pode ser ICE é ECE!
Pelos a tua Amiga Xara já utliza o ECE há bastante tempo, talvez, espero que sim, se muitas pessoas continuarem a utilizar e a divulgar as entidades envolvidas acabem por implementar e publicitar a utilização do ECE.
Afinal a taxa de penetração dos telemóveis em Portugal ultrapassa os 90%!...
:-))

Fresquinha disse...

Na minha modesta leitura, parece-me que enquanto não houver normalização, não temos propriedade para criar as nossas próprias mezinhas. Para mim tanto se me dá como se me deu que seja ICE ou ECI. O importante, é que sendo uma ideia excelente para colmatar uma dificuldade (nacional ou internacional), ninguém consegue arranjar uma sigla qualquer enquanto os países da CEE não estabelecerem normativas. Estamos em stand by. Eles que decidam. Nós já não pensamos. Eles pensam. Nós seguimos. Méee Mée ... Se assim fôr, o que anda então a GNR e a PSP a fazer ? A criar soluções antes da normalização ??? Que horror ....