quinta-feira, setembro 27, 2007

aconselho vivamente




Kevin Costner andou à procura dum papel destes uma boa década. Coadjuvado por um espectral William Hurt, encarna a complexa personagem dum homem que mata por vício. Não por necessidade, prazer, profissão ou ideal: mas pela mesma compulsão que leva incontáveis a puxar do cigarro, ir às slots, beber mais outro. Sempre a invocar Deus, sempre a lutar contra o vício, vai às reuniões de alcoólicos anónimos, com toda a humildade, só não diz a ninguém que vício é. Só a personagem de Hurt, o verdadeiro eu de Kostner, sabe.Que ideia fantástica a deste filme, tão habilmente trabalhada que entre fascínio e surpresa nos mantém subjugados: as subtilezas nas expressões faciais (uma anatomia da mentira), o virtuosismo da iluminação, os constrastes com as outras personagens, nomeadamente a obstinada polícia (Demi Moore) e o voyeur (Dane Cook), é tudo artisticamente perfeito. É claro que há clichés, como o exagero dos efeitos sonoros nalgumas cenas ou o anúncio duma reviravolta pelo abrir dos olhos de Kostner. Mas não deslustram.Magnífico — bastaria citar o arrepio que se sente a ver Kostner e Hurt a gargalharem em uníssono. Brrr...

2 comentários:

Anónimo disse...

Fresquinha,
Concordo, uma obra-prima!
Parabéns pela (quase) sinopse do filme.
Mais informação em tão poucas palavras ... impossível!...
:-))

Anónimo disse...

Fresquinha,
Os diálogos entre o Kevin Costner e o William Hurt são espantosos!...
:-)))