2 – O escravo quase sempre é colaborador de sua escravidão.
3 – A Constituição, que institui que todo homem tem direito à liberdade, não conhece o homem padrão. Ele tem que ser obrigado à liberdade.
4 – A liberdade absoluta só existe em momentos-limite, quando não se tem mais nada a perder [eco da frase famosa que encerra Um Inimigo do Povo, de Ibsen: "o homem mais livre é o que está mais só"]
5 – A satisfação de nosso ego (liberdade) só é alcançada em detrimento de algum outro (ou de muitos outros) egos. Portanto a liberdade – mesmo utópica – só poderá ser a média da satisfação de todos os egos. Uma insatisfação. Uma mediocridade.
6 – Deve-se exigir toda liberdade dos que estão acima. E ser leniente na exigência de contrapartida dos que estão abaixo. Mas o contrário é mais factível.
7 – O carcereiro não pode vigiar o prisioneiro o tempo todo. O encarcerado pode fugir a qualquer descuido. Donde o prisioneiro ser (filosoficamente) mais livre do que o carcereiro
8 – As prisões mais sujas, todos sabem, são as mais livres [o que contraria o entendimento de quem realmente já teve como ver uma prisão. Quando ficam livres da vigilância do Estado repressor, a primeira coisa que os prisioneiros fazem é organizar uma sociedade baseada em autoridade, como a policial]
9 – Ninguém pode nos dar liberdade. Mas qualquer um pode tirar, a começar pelos pais, trazendo-nos ao mundo em condições inadequadas.
10 – Com liberdade total o mais forte domina o mais fraco em nome de sua liberdade, o inteligente espezinha o mais ignorante em nome de sua inteligência, o mais belo seduz mais em detrimento do fisicamente destituído. Franklin, ao fazer o lema da revolução francesa Liberdade, Igualdade e Fraternidade, usou o elemento conciliador e humanístico Fraternidade para sugerir um equilíbrio impossível no paradoxo Liberdade x Igualdade.
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