quinta-feira, setembro 20, 2007

ocean without a shore: bill viola

O trabalho que podem ver neste vídeo foi inspirado por um poema de Birago Diop, um poeta e contador de histórias senegalês do séc. XX:

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Hearing things more than beings,
listening to the voice of fire,
the voice of water.
Hearing in wind the weeping bushes,
sighs of our forefathers.
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The dead are never gone:
they are in the shadows.
The dead are not in earth:
they’re in the rustling tree,
the groaning wood,
water that runs,
water that sleeps;
they’re in the hut, in the crowd,
the dead are not dead.
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The dead are never gone,
they’re in the breast of a woman,
they’re in the crying of a child,
in the flaming torch.
The dead are not in the earth:
they’re in the dying fire,
the weeping grasses,
whimpering rocks,
they’re in the forest, they’re in the house,
the dead are not dead.

"Ocean Without a Shore" (Oceano sem terra) fala da presença dos mortos nas nossas vidas. Os três altares em pedra da igreja de San Gallo, em Veneza, tornaram-se portais de passagem dos mortos de e para o nosso mundo. Apresentado como séries de encontros na intersecção entre a vida e a morte, a sequência do vídeo documenta a sucessão de indivíduos que lentamente se aproxima da luz, vindos das trevas. Cada pessoa deve então atravessar um hall transparente de água e luz, de forma a passarem para o mundo material. Uma vez incarnados, todos os seres sabem que a sua presença é finita e por isso devem eventualmente evitar a existência material para voltarem a ir para onde vieram. O ciclo repete-se, sem fim.
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É isto que eu também penso. Depois de muitas incursões na minha espiritualidade, este senhor, Bill Viola, acaba de resumir as minhas conclusões. Não deixem de pensar nisto. Talvez algo se transforme em cada um de vós. Muito interessante.

1 comentário:

Unknown disse...

Olá, meu nome é Giuliana Gallucci estudo design de moda e estou no momento estudando Bill Viola. Fiquei muito interessada por Ocean Without a Shore, gosto muito do jeito que Bill Viola conclui este trabalho. Se fosse possível, gostaria de ouvir a sua opinião a respeito desse trabalho. Saber como você olha para a essa presença dos mortos nas nossas vidas. Obrigada