De Arnaldo Jabor
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Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40°, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade.
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Metade deste povaréu sofre de dor de cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já esteja em outra relação…Por que isso acontece? Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto.
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Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que não. Uns acabam cedo, outros levam dez ou vinte anos para terminar, talvez até mais… Mas um dia acaba se transformando em outra coisa: lembranças, amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim.
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Dor de cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia - sem falar no tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas etapas: atração - paixão - amor - convivência - amizade - tédio - fim. Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para a fantasia, idealização, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores.
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Se o amor for interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.
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Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz novamente.
Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40°, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade.
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Metade deste povaréu sofre de dor de cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já esteja em outra relação…Por que isso acontece? Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto.
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Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que não. Uns acabam cedo, outros levam dez ou vinte anos para terminar, talvez até mais… Mas um dia acaba se transformando em outra coisa: lembranças, amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim.
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Dor de cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia - sem falar no tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas etapas: atração - paixão - amor - convivência - amizade - tédio - fim. Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para a fantasia, idealização, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores.
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Se o amor for interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.
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Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz novamente.
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