terça-feira, março 25, 2008

eu, eu, eu



Recusas morrer e, portanto, a amar. E chamas a essa recusa exercício de inteligência. Empenhas-te tanto em desfazer o que está feito, que acabarás por dar cabo do teu bem mais precioso: o sentido das coisas (…). De destruição em destruição, vais deslizando até à vaidade (…) na falta de um outro sentido, terás de ir buscar o sentido a ti próprio. E só tu ficas a colorir as coisas com a tua pálida luz (…) no meio do teu deserto, terás de te mostrar satisfeito contigo próprio, porque fora de ti não há nenhuma outra coisa. Aí te temos condenado a gritar «eu, eu, eu…». No vazio. E ninguém te responde. Os jardineiros que conheci, para não serem vaidosos, bastava-lhes amarem os jardins.”

Texto: Antoine Saint-Exupéry (1900-1944)

2 comentários:

u João disse...

Há sempre mais qualquer coisa, a aprender com Antoine Saint-Exupéry.
Muito bonito, para pensar e adoptar.
Beijo

Fresquinha disse...

É incrível. Sempre que abro "O Principezinho" aprendo novas coisas e intrepreto tudo de uma outra forma. É um livro que cresce connosco.
Já tinha saudades tuas, primo. Qué feito ? Novo blog ? Tenho que ir lá ver, claro.