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Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
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Sophia de Mello Breyner Andresen
8 comentários:
Parabéns a ti, a mim e a todas as gajas que fazem deste nosso Planeta uma coisa bem mais agradável do que seria se nós não existissemos.
Faço minhas as palavras da Robina!
beijinho :)
Vivam as gajas! Vivam! Vivam! Vivam! Vivam!
Parabéns a todas vocês, mulheres de luta, inclusivé ali a São, mas enfim ...:-)))) E para béns a mim, como diz a Robina e a Pandora, fazendo minhas as palavras delas :-))))
Eu, como não sou tão má como tu, tenho um raminho de flores para ti...
Eu sou BBBBBOAAA como o milho. Vou ver as flores antes de agradecer. Espera aí. :-)))
Como o milho? E fazes... farinha?
Faço. Sem "fermente" e com "fermente". Quando dá "jêto".:-)))
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