segunda-feira, março 10, 2008

perdão



Confesso-vos que tenho dificuldade em escrever quando a vida me corre bem, ou quando estou apaixonada ou em paz comigo mesma. Nunca percebi porque é que o sofrimento nos é tão necessário à criatividade e à veia literária. É injusto. Neste momento em que vos escrevo, vejo a dificuldade que é, em sequer me exprimir sobre as razões que me levam a justificar-me perante aqueles que teem apreciado o que, tão amiúde, escrevo.

Não sinto a revolta que martela a pena, a dôr que encaixa o braço no tampo de uma mesa, nem angústia que desenhe os meus cenários em maços de papel.

Apenas, inspiro e expiro, e falta-me inspiração. Estou parada a olhar a lua, a disfrutar o momento, a sentir as carícias do bem estar, do colo que me dá colo, e existo. Parar este momento e suspendê-lo para a eternidade, é um luxo a que não me obrigo. Para poder apreciar outros instantes assim, teria que voltar à vida que me arrelia, tropeçar nos meus enredos, cair nos meus buracos. E temo que amanhã possa ser esse dia. Por isso, deixo fluir, enrolo-me nos sonhos, afago a paz que por aqui passou, sem avisar, e adormeço nos braços da tranquilidade. Perdoem-me se me sinto feliz, e não traga de novo alguma coisa que vos faça sentir o vosso barco à deriva dos meus ventos. Perdoem-me se me aconchego no sol e sinto a vida às côres. Perdoem-me se vos falho no caminho.
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Queria levar-vos comigo, tão simplesmente...
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Leonor de Saint Maurice

31 comentários:

Anónimo disse...

Porra mais a merda das letras, não vou escrever tudo outra vez...

Xinha disse...

Escrever é deitar para fora o que nos atormenta e ao fazê-lo parece que o fardo toma uma dimensão mais pequena.
É necessário também mentalizar-nos que a felicidade e a tristeza são apenas dois estados, e é apenas normal oscilarmos entre eles, como oscilamos entre tantos outros estados! ;)
Fico feliz por te sentires feliz! ;)

Unknown disse...

Então se deixares de escrever, terás-te tornado extremamente feliz?

Fresquinha disse...

Xinha,

És uma pessoa muito especial. Esse Amor Maior, que se regozija com a feliciade dos outros, chora quando os outros choram, sofre quando o mundo sofre, é o amor das almas grandes, nobres. Continua assim. Conheço tão poucos.

Fresquinha disse...

Dr.,

Não acredito em felicidade extrema. Acho que há ou não Felicidade. Não consigo quantificar a felicidade. E nunca é um estado permanente. A felicidade visita-nos.

Voilà.

Fresquinha disse...

Mig,

Desculpas ...:-))

cris disse...

Nunca deverás pedir desculpa por dares de ti, kida Fresquinha. O que partilhas, estejas triste ou feliz é belo. Sê-lo-á sempre, para quem te estima.

Aproveita e vive até à exaustão os momentos bons. São eles que nos seguram nos menos bons.

O texto está muito belo.

Bj e boa semana.

robina disse...

Com que então, in love?

Só por isso, até te perdoo...:-)

Mano 69 disse...

Não falhas nada no caminho porque para isso era preciso não ter amigos para te amparar.

;-) Excelente texto!

SaoAlvesC disse...

A felicidade visitou-te eu eu só posso alegrar-me contigo! Pedes desculpa de quê? As tuas alegrias, pequenas ou grandes, são tb as minhas :)
Como diria alguém: "disfruta"!! ;)

bj.

Fresquinha disse...

Eu adoro-vos ...

Inha disse...

É assim mesmo, rapariga! A felicidade é algo que tão estupidamente procuramos, quando ela está tão somente debaixo do nosso nariz e feita das coisas mais belas e simples!... Bem hajas e que continue essa tua paz interior.

BeijInha

São Rosas disse...

Não faças cerimónia, rapariga ;-)

Anónimo disse...

Ora a bela notícia! Há pardal a cantar no terraço da fresquinha! Que continue cantando por muito tempo e que a música anime por muito tempo.

Realmente eu estranhei o e-mail com o convite pró almoço demorar tanto tempo :D

Beijinhos

Fresquinha disse...

Morsinha,

Vamos almoçar esta semana. Eu não esqueço os amigos quando estou bem. É quando me lembro mais deles ! :-) Beijo.

Fresquinha disse...

Continuo a ouvir os meus anjos. Será que me passei ?!!! Enquanto não ouvir vozes como a Joana d'Arc acho que ainda estou no meu juízo perfeito ! Beijos.

robina disse...

Morsinha,
Tás proibido, óbistes? :-))))

Anónimo disse...

Uma diz que quer a outra proíbe-me... Em que ficamos??? ;)

Tem que ser sim! Um mailzito ou uma sms e combinamos isso! Com todo o gosto!

Beijinhos

Alberto disse...

Olá!
Só hoje li (e reli; e reli..) o teu belo e sentido texto.
Embora por aqui me sinta sempre um pouco um "outsider" aqui mesmo te quero, uma vez mais, deixar um Beijo de Carinho e Amizade nesse Teu Enorme Coração de Mulher.

Que um belo horizonte esteja no culminar da tua busca e que mil cores continuem a iluminar a tua Alma.

Bjsssssssss

Fresquinha disse...

Ó gaija ciumenta,

Proíbido porquê ? Que mal faz almoçar ???

Beijo Morsa e Robina.

Fresquinha disse...

Meu querido Alberto,

Ensombraste um pouco o meu sorriso ao dizeres-me que te sentes um outsider no meu blog. Penso que nunca te tratei mal e sei que nunca te trataria mal. Gostava de te sentisses como todos os outros meus amigos. Se de alguma forma te sentes posto de lado, eu falhei em alguma coisa. Queria saber qual.
Um beijo, Alberto, e obrigada para sempre por existires na minha vida e por me desejares tanto bem.

Xinha disse...

não sei o que dizer... é necessário falarem a mesma língua para entenderem... ;)
Xinhos muitos com o coração mais quentinho!

Anónimo disse...

Considero a escrita uma arte, a arte de transmitir o que nos vai na alma e que transborda do coração, tranformar em palavras os sentimentos.
Não só de transmitir mas, e principalmente, gerar emoções a quem lê os escritos.
Acho que inspiração é algo que te é inato. Que dom especial, admirável!
Pega na pena e espraia-te sempre que te apeteça, mesmo que sintas a falta da tal "inspiração". Quem escreve com paixão não precisa de inspiração. Os que apreciam a leitura sorverão avidamente as tuas palavras.
(porra, emociono-me sempre que te leio)

Fresquinha disse...

Isa,

Só estava mesmo a pedir desculpa pela quebra da qualidade e limitada assiduidade a que vos acostumei....
Quem emociona quem ??? Obrigada, amiga. Mas não confundas o que escrevo com literatura. O Camões ainda salta do túmulo.:-)

Alberto disse...

Minha querida Amiga,

Expressei-me mal. Como me perdoar pela possibilidade de ter ensombrado o teu sorriso? Mil perdões!!
O que queria dizer é que me sinto, digamos, "deslocado" porque todos que por aqui passam são bloguistas "convictos" que têem blogs interessantes com prosas, versos, opiniões eu, sim, eu, preguiçoso me confesso pois nada ainda publiquei e "passo a vida" a mergulhar na tua e na vossa escrita pouco mais partilhando que "simples opiniões / comentários"... Shame on me!!

Era só isso que queria transmitir minha querida Amiga...

Parafaseando um old movie: we will always have... Comporta.

Bjsssssssssss

Fresquinha disse...

Alberto,

Todos nós antes de termos blog, comentávamos sem blog. Não senti qualquer diferença, depois de abrir um. Aliàs, senti. Farto-me de navegar na net e dá cá uma trabalhêra, moço !

Comportas-te bem ? :-)

Beijo, Alberto. Recuperei depressa!

Anónimo disse...

Querida Fresquinha,já há uns tempos eu tinha perguntado que era feito da Leonor de Saint Maurice!Há uns dias(semanas?)voltei a encontrá-la e hoje depois de saber a razão porque lhe custa escrever,então que a sua ausência dure sempre...o importante é continuar a ser feliz!:-)))))
Jinhos muitos.

Fresquinha disse...

Querida Xara,

Sem dúvida que o importante na vida é sermos felizes. Mas ...a felcidade visita-nos apenas. Não reside connosco. E por essas, e por outras, lá terão que levar com os meus farrapos verborreicos de vez em quando! E volto então a pedir perdão (dessa vez por escrever :-)
Obrigada, Xara.

Anónimo disse...

gostei muito
A

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

É verdade, só a tristeza tem história!..

gostei do texto!

Fresquinha disse...

Obrigada, Júlia. É uma honra tê-la por cá. Este é um blog muito elitista e pouco tem a haver com verdadeira literatura. E assim vou arranjando desculpas para a má qualidade dos meus textos. Sem vírgulas :-)