A raiva e o sal
- em dia de temporal -
que lhe esvaziava o prato,
sob a luz do coto
da vela que morria
ao suor de um pranto,
de fé se reacendia,
perdida de medo
frágil, pequena,
como os lamentos de quem pare,
sem saber destino ou gare
.
a raiva das coisas,
vazias no vidro que esconde
a cor do vinho no rosto,
- num copo que de cheio tinha
as memórias que guardava-,
de formas tomava vida
aventurada, desprevenida,
nos ombros de quem parte,
sem saber destino ou gare
.
eram dois amantes perdidos,
os olhos guardados,
de tanto se quererem,
num cais de cidade.
.
Leonor de Saint Maurice
de tanto se quererem,
num cais de cidade.
.
Leonor de Saint Maurice
6 comentários:
Amantes perdidos?
Sempre cais e partidas?
É belo. E soa bem! Bom para quem tem dicção cristalina e declama com Dom...
Cumprimentos daqui! ;))
Saint James
Título alternativo: "Eu e a minha sombra." :-) Obrigada pelo feedback. A construcção deste foi das mais difíceis e receio que não esteja a 100 %. Mas foi o que saiu ..
a poesia é o que sai
creio que em vez de se alterar um poema deve fazer-se outro
digo eu, que não sou poeta
acho aqui tudo muito criativo
(",)
Não falava do seu conteúdo. Mas sim da forma, St. John. E obrigada pelo elogio. É mesmo muita criatividade junta. :-)
Como sempre, estes pequenos retalhos são, de ti, o que mais gosto :)
beijos.
Pandora,
Obrigada. Mas eu não valorizo estes retalhos ... isto faço eu em 5 minutos. Queria escrever alguma coisa que até a mim me admirásse :-)
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