Nas linhas das suas rugas,
na sombra da navalha,
na sombra da navalha,
dormiam os seus rios
no calor dos meus frios.
Escrevi palavras de sol
afaguei-lhe os seus ventos,
sorrisos de passagem
no correr da viragem.
Vendi-lhe os meus sonhos
pintei-lhe segredos
inventei-lhe a coragem
forcei-lhe os enredos.
Nas linhas das suas rugas
encontrei um destino,
marquei-lhe o encontro,
a carvão ao rubro.
Tracei passos lentos
de quem chega em silêncio
bati portas, janelas, momentos
de quem marca a partida
de uma vida sentida.
Nas linhas das suas rugas
respirei as saudades
de um tempo vivido
nas suas cidades.
Dei uma volta na pele,
e no poro mais fundo,
beijei a tristeza
que encontrei no seu mundo.
tamanha beleza ...
Leonor de Saint Maurice
Jan/2007
2 comentários:
Pois,Janeiro de 2007,e entretanto
entrou em Ramadão,foi?
Tenho muita pena porque gosto muito do que escreve!
Desperdiçando o talento que tem,terá que prestar "contas"de ter desperdiçado "talentos"!
E depois não peça desculpa quando escreve;sabe que humildade em excesso...pois!!!
Jinhos
Lena,
Muito obrigada. De fato, sei que tenho toda a sua amizade.
Não tenho nada em excesso (às vezes uns kilos a mais mas deixo de comer 3 dias e a coisa vai ao lugar). Escrevi isto e acho que disse tudo. Em cada linha, condenso tantos pensamentos por ele, que agora tudo o que escreva a respeito do meu pai, é uma repetição. Uma monotonia.
Jinhos
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