quarta-feira, março 19, 2008

em casa


A casa arruinada e a bolsa vazia dão esperteza, mas tardia.
A casa, com lar; a mulher, a fiar.
A casa da tua tia, não vás dia a dia.
A casa de amigo rico não vás sem ser requerido, mas à casa do necessitado vai sem ser chamado.
A casa do amigo querido vai sempre que puderes, és sempre bem-vindo.
A casa do mentiroso está em cinzas, e ninguém acredita que ela ardesse.
A casa do teu irmão, não vás a cada razão.
A casa do teu irmão, não vás em cada serão.
A casa é a sepultura da vida.
A casa, é Deus quem a guarda.
A casa e o ninho, o mais pequenino.
A casa não importa ser pequena, importa que tenha alegria.
A casa nova, portas novas.
A casa que lhe sobra uma quarta é uma casa farta.
A casa que não tem gatos tem muitos ratos.
A casa queimada, todos trazem água.
A casa sem mulher é corpo sem alma.
A casa velha, portas novas.
Casa a vivos e sepultura a mortos nunca faltou.
Casa adquirida, amizade perdida.
Casa alheira, brasa no meio.
Casa amiga, boa casa.
Casa ao pé de grota ou ribeira, ou ventosa ou ratoeira.
Casa caída, filha casada.
Casa com a filha do rei que as pazes eu farei.
Casas arrombadas, trancas à porta.
Casa com curral, paraíso terreal.
Casa com duas portas é má de guardar.
Casa com o teu vizinho e limpa-lhe o focinho.
Casa de beato, unhas de gato.
Casa de canto, ou morte ou descanso.
Casa de duque nunca pediu.
Casa de esquina, grande tormenta e grande ruína.
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Casa de ferreiro, espeto de salgueiro.
Casa de má hora, quem lá vai não torna.
Casa de muita gente nem de água são fartos.
Casa de mulher feia não precisa de tramela.
Casa de pobre, tacho de cobre.
Casa de pombos, casa de pombos.
Casa de terra, cavalo de erva, amigo ou palavra, tudo é nada.
Casa derrubada é meio edificada.
Casa dividida é casa perdida.
Casa em que a dona preguiça, toda a gente perde missa.
Casa em que o homem não manda, desanda.
Casa em que todos ralham e ninguém obedece, tudo fenece.
Casa emprestada é casa estragada.
Casa fechada, casa arruinada.
Casa feita, a deixa.
Casa feita, bolsa desfeita.
Casa feita, morte à espreita.
Casa feita, mulher por fazer.
Casa feita, sepultura aberta.
Casa grande, trabalhos grandes.
Casa hospedada, bem comida e pouco honrada.
Casa juncada, noite longa.
Casa mal guardada, depressa será roubada.
Casa na praça ombreiras tem de prata.
Casa nova, vida nova.
Casa o asno com a égua pelo dinheiro que tem.
Casa o teu filho quando quiseres e a tua filha quando puderes.
Casa onde a mulher anda, mal anda.
Casa onde caibas, roupa quanta vistas, terra quanta avistas.
Casa onde comem dois, comem três.
Casa onde entra o sol não entra o médico.
Casa onde estejas e terra quantas vejas.
Casa onde eu não cabo, ali mora o diabo.
Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Casa onde só uns têm barrigão, de nada serve lutar, porque não há solução.
Casa onde vivas, terra a que vires.
Casa rica cheira a queijo.
Casa sem criancinhas, gaiola sem passarinhos.
Casa sem filhos é colmeia sem abelhas.
Casa sem homem nem a candeia dá luz.
Casa varrida, cinco à porta.
Casa varrida e mesa posta hóspedes espera.
Casa varrida e mulher pentada, parece bem e não custa nada.
Casa vazia, ninho de ratos.
Casa velha tem baratas.
Casa, vinho e potro, façam-nos outro.
Quem casa, quer casa.
De casa do gato, não sai farto o rato.
De casa que tem defunto não se fecha a porta.
De casa vai quem te manda.
De casa vai Santa Maria para a igreja.
Depois da casa feita, a deixa.
Depois da casa feita se conhecem os defeitos.
Em casa alheia asinha se prepara a ceia.
Em casa alheia brasa no seio.
Em casa bem regrada, ao meio-dia a olha, e à noite a salada.
Em casa cheia depressa se faz a ceia.
Em casa de abade, sempre há abundância.
Em casa de cabreiro não falta o dinheiro.
Em casa de cavaleiro, vaca e carneiro.
Em casa de doente, o lugar não se aquente.
Em casa de enforcado, não fales em corda.
Em casa de enforcado não nomeies o baraço.
Em casa de ferreiro, o pior apeiro.
Em casa de gente honesta, não há porta com tramela nem moça na janela.
Em casa de letrado nunca faltam razões.
Em casa de letrado, tanto se paga de pé como sentado.
Em casa de mesquinho mais pode a mulher que o marido.
Em casa de mulher rica, ela manda sempre e nunca.
Em casa de mulher rica, fala o marido e ela grita.
Em casa de músico, até os gatos miam por solfa.
Em casa de músico, todos dançam.
Em casa de parida ou doente o lugar que se aguente.
Em casa de pau a mulher é espeto.
Em casa do diabo, não se pode ser santo.
Em casa do sisudo se faz o pão a miúdo.
Em casa escura não entra alegria.
Em casa não tens sardinha, na alheia pedes galinha.
Em casa nem fumo, nem goteira, nem mulher trameleira.
Em casa o homem teima e a mulher governa.
Em casa onde não há dinheiro, não deve haver mais que um caixeiro.
Em casa onde não há farinha, tudo é moinha.
Em casa vazia, bem poupa Maria.
Em casa vazia, Maria depressa se avia.
Não há boa casa sem gado nem coroa.
Não há casa farta onde a roca não ande.
Não há casa sem Maria.
Quando a casa está a arder, chega-se-lhe o fogo.
Quando a casa está acabada, é que deveria ser começada.
Uma casa sem livros é como um corpo sem alma.
Uma casa de fome rapa outra de fartura.
Casa onde caibas e leira que não saibas.
Em nossa casa até a cinza fria aquece.
Casa que não é ralhada não é bem governada.
Quem tem telhado de vidro não pode atirar com pedras ao telhado do vizinho.
Bem fica a fogaça alheia na casa cheia.
Em Trás-os-Montes quando alguém chama, surge logo, em pronta receptividade, a porta escancarada e a resposta:“Entre quem é”.

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