Agora, a Dona Carolina vive bem mais do que os seus cinco minutos de fama. Tem as televisões e os jornais aos pés, tem leitores a pedir-lhe autógrafos e tem até (ó, suprema ironia, quem os ouvia a falar dela...!) benfiquistas prontos a acolhê-la e a transformá-la em Maria Madalena ou (deixem-me rir!) Carolina d'Arc. Mas, quando a poeira assentar, a pobre Carolina, como tantos e tantas outras antes dela, vai perceber que falou tanto que se enterrou até ao pescoço e que a validade do veneno que lhe deram para usar não era eterna. Em breve se tornará cansativa, inútil e desagradável à vista. E, então, regressará de onde veio, só que sem câmaras nem holofotes à sua frente e sozinha para enfrentar todos os processos judiciais e chatices de que agora, no seu patético arrebatamento, não deu conta. Exit Carolina."
O recente livro de Carolina Salgado não poderia passar despercebido à editora nortenha Calotes & Comadres. Num acto de justiça editorial, a empresa de Cedofeita lançará, um dia destes, o livro-resposta: "Eu comi Carolina". Escrito segundo uma lógica de crónica, o livro relata as histórias amorosas e perversas entre a senhora e 54 membros da claque do FCP. Pormenores sórdidos de como uma claque pura e jovem é, repetidamente, violentada pela então companheira de Pinto da Costa.
"O tom do livro roça a brejeirice e a bufice mas esses são os ingredientes que se identificam com o público-alvo: benfiquistas, arrumadores de carros, trolhas, empregados de oficinas de Alverca e reformados", disse-nos Fortunato da Ribeira, dono da Calotes & Comadres. "Pretendemos ser o segundo texto mais lido em 2006 pelos reformados benfiquistas. Pretendemos estar entre a revista Gina, que ficará quase de certeza em primeiro, e Eu, Carolina. Como vêm o objectivo até que é irónico pois pretendemos ficar em cima da Carolina, ah ah ah", gracejou o editor. Mas, enganem-se quem espera que o livro seja mais um grande exemplar da literatura portuguesa como aqueles que nos tem habituado a casa nortenha. "O livro é para competir.
Em jeito de teaser deixem-me até adiantar-vos em primeira-mão, que a posição sexual preferida da Carolina é a posição de Hooligan, seguida de uma cigarrada para afastar as réstias da performance aerofágica que ela não perdoa após aquele acto olímpico", confidenciou-nos Fortunado da Riberia. E para quem não é dado a modernices, nem vê muito a TVI, a posição de hooligan envolve quase sempre, e para ser bem praticada, uma rede separadora, uma senhora encostada e uma claque do FCP perfilada para lhe apoiar no grito de guerra. Ora aqui está mais uma bela prenda de Natal. Jamais, em tempo algum, um benfiquista leu tantas palavras seguidas como neste Natal de 2006.
Bem hajam os novos escritores portugueses e bem hajam as políticas de mobilidade deste governo. Hoje uma prostituta, amanhã amante de um dirigente de futebol e mais tarde, quem sabe, uma escritora de um best-seller (uma besta-seller, tal como a profissão pede).
Para finalizar:
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