O catamarã navega pelas águas do Golfo Nuevo agitadas pelo vento, tendo a bordo os maravilhados viajantes procedentes do Chile que chegam ao Oceano Atlântico Sul para observar em seu hábitat a baleia franca austral. Vários cetáceos mostram seus brilhantes dorsos escuros e suas cabeças com as calosidades características, respiram lançando ao ar jorros de água que molham os tripulantes, e submergem mostrando suas belas caudas. Um filhote afasta-se de tempos em tempos de sua mãe e faz evoluções em volta da embarcação girando sobre si mesmo na água.
As baleias francas não chegam hoje a oito mil exemplares em todo o mundo, três mil deles da espécie austral (Eubalena australis), que a cada ano se deslocam entre três e cinco mil quilômetros pelo Atlântico Sul, entre o Brasil e a Antártida. Na península Valdés, na província argentina de Chubut, cerca de 1200 exemplares se concentram nos meses de setembro no Golfo Nuevo, ao sul da península, para os acasalamentos ou nascimento, após 12 meses de gestação.
A baleia austral foi durante dois séculos um dos cetáceos mais perseguidos pela voracidade humana. Estima-se que nesse período foram caçados mais de 90 mil animais. Com cerca de 16 metros de comprimento, as fêmeas pesam entre 30 e 32 toneladas e os machos entre 25 e 30 toneladas. Podem viver 80 anos. Por pertencerem à subordem dos mysticetos, possuem barbas em lugar de dentes e alimentam-se de algas e krill, o microscópico crustáceo antártico.
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