O Criado Mentiroso
(Conto tradicional português que dedico ao Joaquin)
Certo lavrador tinha, havia pouco tempo, um criado que viera de muito longe e mentia por gosto. Iam os dois uma vez a cavalo e disse o criado:
- Lá na minha terra, vi um dia uma raposa ainda maior do que a ponte de sete arcos que atravessa o rio.
- Bem andaste falando-me em pontes - disse o amo - pois quero dar-te um aviso. Vamos daqui a pouco atravessar uma que tem um condão especial.
- E qual é? - perguntou o criado.
- Abre-se pelo meio, quando por ela passa quem nesse dia haja pregado alguma peta.
O criado enfiou, e de ali a bocadinho disse ao amo:
- Tamanha como a ponte não seria a raposa, mas era assim como um boi muito grande.
O amo não lhe respondeu, e o criado que ia cavalgando atrás dele, coçava a orelha, muito atrapalhado.
- E talvez nem chegasse ao tamanho de um boi; como um cavalo é que ela era, ou como um burro.
Já se avistava a ponte. O moço pôs-se a tremer. Se ela se abrisse debaixo dos pés, a queda ao rio era certamente mortal. Foi então dizendo:
- Era como um burro, era; assim como um burro pequenino, acabado de nascer, pouco maior que um cão. A ponte era altíssima.
O pobre criado, já a voz lhe sumia de todo, quando acrescentou:
- A verdade, a pura verdade, é que a raposa era como todas ... era como todas as raposas.
Já o amo ia na ponte. Olhou para trás e viu o criado que parara à entrada.
- Então? - perguntou-lhe - O cavalo tem medo?
- Não, senhor. - respondeu-lhe o moço - sou eu que não me atrevo.
- Então porquê?
- É que eu, patrão, nunca vi raposa nenhuma.
E, persuadido enfim de que já não lhe aconteceria mal, meteu esporas ao cavalo e seguiu o lavrador, que ria às gargalhadas.
Já o amo ia na ponte. Olhou para trás e viu o criado que parara à entrada.
- Então? - perguntou-lhe - O cavalo tem medo?
- Não, senhor. - respondeu-lhe o moço - sou eu que não me atrevo.
- Então porquê?
- É que eu, patrão, nunca vi raposa nenhuma.
E, persuadido enfim de que já não lhe aconteceria mal, meteu esporas ao cavalo e seguiu o lavrador, que ria às gargalhadas.
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REFLEXÃO:
Era uma vez um acusado que disse: “Enquanto a minha mentira não for desvendada, continuarei mentindo.”
Em seguida o juíz disse: “Se o acusado mentir, seu advogado também mentirá.”
Por fim o advogado disse: “Quem for capaz de desvendar a minha mentira dirá a verdade.”
Qual deles está mentindo?
Em seguida o juíz disse: “Se o acusado mentir, seu advogado também mentirá.”
Por fim o advogado disse: “Quem for capaz de desvendar a minha mentira dirá a verdade.”
Qual deles está mentindo?
7 comentários:
É verdade que vais ao 6.º Encontro da Funda??!
:-)
É. Vou mesmo.O meu primeiro encontro blogosférico. :-)
O advogado! Esses mentem sempre.
gotinha
Depois quero ver as fotos... ou aqui ou no e-mail!
Os homens todos, advogados ou não. Os advogados do Diabo :-)
Não vais ao Encontro ? Balda !
Qua saco tão grande... E a generalização também...
Provas-me o contrário ? :)
Não foste muito convincente .... :-) mas tá bem !
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