(Foto: Wikipédia)
No dia 24 Outubro de 1920, em Sintra, faleceu António Augusto Carvalho Monteiro, mais conhecido por ‘Monteiro dos Milhões’, o magnata que mandou construir o místico Palácio da Quinta da Regaleira.
Filho de pais portugueses, Carvalho Monteiro nasceu no Rio de Janeiro a 27 Novembro de 1848. Herdeiro de uma enorme fortuna, que provinha do comércio de cafés e pedras preciosas, e licenciado em leis pela Universidade de Coimbra, o ‘Monteiro dos Milhões’ foi um distinto coleccionador e bibliófilo, detentor de uma das mais raras colecções camonianas portuguesa. A sua grande cultura terá decerto influenciado a misteriosa simbologia do palácio da Quinta da Regaleira, situado na encosta da Serra de Sintra, perto do Palácio de Seteais.
Filho de pais portugueses, Carvalho Monteiro nasceu no Rio de Janeiro a 27 Novembro de 1848. Herdeiro de uma enorme fortuna, que provinha do comércio de cafés e pedras preciosas, e licenciado em leis pela Universidade de Coimbra, o ‘Monteiro dos Milhões’ foi um distinto coleccionador e bibliófilo, detentor de uma das mais raras colecções camonianas portuguesa. A sua grande cultura terá decerto influenciado a misteriosa simbologia do palácio da Quinta da Regaleira, situado na encosta da Serra de Sintra, perto do Palácio de Seteais.
Homem excêntrico, Carvalho Monteiro mandou construir o seu enorme túmulo no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, deixando-o a cargo do mesmo arquitecto que projectou o Palácio da Quinta da Regaleira em Sintra, Luigi Manini (também autor do projecto do Palácio do Buçaco). Este sepulcro parece mesmo ter sido retirado do místico palácio sintrense...
A porta deste enorme jazigo (um dos maiores e mais imponentes do cemitério), situado na alameda principal do Cemitério do lado esquerdo, está carregada de simbologia e era aberta com a mesma chave que abria a Quinta da Regaleira e o seu palácio na Rua do Alecrim, em Lisboa. Este jazigo, uma verdadeira obra de arte, ostenta uma multiplicidade de simbologias maçónicas. A porta tem uma abelha gravada na aldraba, carregando uma caveira. A abelha, diligente e trabalhadora, representa o maçon no seu esforço organizado.
O gradeamento, que se encontra nas traseiras do jazigo, ostenta a simbologia do vinho e do pão, o espírito e o corpo. Possui também diversas corujas, símbolo de sabedoria, assim como papoilas dormideiras, que simbolizam a morte.Para quem não conhece o Cemitério dos Prazeres, vale a pena uma visita. Para além de um mero cemitério, é um conjunto impressionante de obras de arte da arquitectura, e onde estão sepultados grandes vultos da cultura, política e vida social portuguesa.
O Cemitério dos Prazeres foi construído no ano de 1833. Em Junho desse ano, uma violenta epidemia de cólera morbus assolou Lisboa, causando milhares de mortos, o que forçou as autoridades sanitárias ao estabelecimento de dois cemitérios, e à proibição dos enterramentos nos espaços religiosos, como tradicionalmente se efectuavam. A legislação vem regulamentar a interdição dos enterramentos em igrejas, conventos, ermidas e demais espaços religiosos, obrigando à construção, em todo o País, de cemitérios públicos.Servindo o lado ocidental de Lisboa, onde se implantavam os bairros das residências aristocráticas, desde cedo que este se torna o cemitério das famílias dominantes da cidade. Símbolos de variadas interpretações, religiosas, maçónicas, profissionais, heráldica, bem como a disposição espacial das construções e a variação das formas de que se revestem, tornam este espaço num precioso testemunho da forma como no séc. XIX se pensava a morte.
Entre outros, estão sepultados no cemitério dos Prazeres a Condessa d’Edla (mulher do Rei Artista, D. Fernando II), os actores Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro, Família D’Orey (os segundos proprietários da Quinta da Regaleira), Alfredo Keil (autor do hino nacional ‘A Portuguesa’), Oliveira Martins, Duque de Palmela e onde estiveram sepultados Amália Rodrigues e Aquilino Ribeiro, entre muitos outros nomes de destaque.
Vejam este blog superinteressante sobre Sintra: aqui
3 comentários:
Fresquinha,
Não me esqueci da Quinta da Regaleira!
Sintra é lindíssima.
Os meus primeiros 5 anos foram passados na Quinta Loios, entre o Cacém e Sintra, e ia muitas vezes a Sintra.
Continuei sempre a ir; há um restaurante (tia qualquer coisa, acho, onde se petisca que tem uma parede cheia de cartões) que adoro!
:-))
Não conheço tal restaurante. Conheço os de S. Pedro de Sintra.
Fazemos uma coisa: tu mostras-e o de Sintra e eu O Carcol da Esperança :-) Baralhado ?
Ias gostar do de Sintra.
Tenho a certeza!
Como?
Baralhadíssissimo!...:-(
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